20/01/15

As políticas de saúde dos sucessivos governos, matam, efectivamente!


Logo Plataforma de Lisboa
Exmos./as Senhores/as,

O Ministério da Saúde encarregou-se de atribuir aos trabalhadores da saúde a responsabilidade pelos recentes acontecimentos, que a todos deixaram consternados e com preocupação acrescida, quer pelas situações já de si gravíssimas, quer pelas causas que lhes foram atribuídas e com as quais estamos em profundo desacordo.

As mortes verificadas em Serviços de Urgência, que têm vindo a público de forma demasiado recorrente, refletem a displicência com que este governo e os que o antecederam, têm tratado o Serviço Nacional de Saúde.

Para justificar esta afirmação, de forma sustentada em factos, estão os dados fornecidos pela ACSS e que revelam de forma inequívoca o que se continua a passar no SNS.

Desde 2009 saíram do SNS 6100 trabalhadores, provocando um aumento das horas extraordinárias realizadas (em 2014 foram realizadas mais de 8,4 milhões) e, consequentemente um aumento dos ritmos de trabalho, levando a que os serviços prestados tenham uma qualidade que não satisfaz quem os recebe e fica muito aquém da excelência a que os trabalhadores do SNS habituaram os Portugueses.

Para realizar os mais de 8,4 milhões de horas em falta (note-se que este número era de mais de 10 milhões antes da implementação das 40 horas semanais), seria necessária a contratação de mais de 4000 trabalhadores de todas as profissões da saúde.

A questão que se deve colocar perante estes acontecimentos é se o Ministério da Saúde está a fazer o seu trabalho, garantindo a prestação de cuidados de saúde a todos os Portugueses, conforme estabelecido na Constituição da República Portuguesa ou, pelo contrário, se pratica políticas que visam a destruição do SNS, com as nefastas consequências que daí adviriam para toda a população.

Lisboa, 19 de Janeiro de 2015

PLATAFORMA LISBOA EM DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS)
Comissão de Utentes da Cidade de Lisboa, Direcção Regional de Lisboa do Sindicato Enfermeiros Portugueses, FARPIL/MURPI, Movimento Democrático de Mulheres, Inter-Reformados CGTP-IN, Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, Sindicato Médicos da Zona Sul, Sindicato Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, União dos Sindicatos de Lisboa- CGTP-IN