27/11/19

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos está mais pobre.

É com profunda tristeza que informamos que faleceu Carlos Braga, membro da Direção Nacional e antigo Porta Voz do MUSP.

Carlos Braga foi membro da Comissão de Trabalhadores da Mague, participou no movimento popular, designadamente das comissões de moradores, foi dirigente de diversas associações, membro da Comissão de Utentes da Linha da Azambuja e porta voz do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos. Carlos Braga foi ainda Presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, Vereador na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e eleito na Assembleia Municipal de Vila franca de Xira pelo Partido Comunista Português de que era militante desde 1976.

Carlos Braga era um homem de profundas convicções e de um profundo compromisso com o movimento dos utentes e o povo.
Em Abril, por proposta unânime da Câmara Municipal, foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal Dourada pelo Município de Vila Franca de Xira, em reconhecimento dos seus 43 anos de intervenção autárquica sempre pautada pelos princípios da verdade e do progresso do concelho.

À família, o MUSP expressa o seu mais profundo pesar. 

O corpo de Carlos Braga está em câmara ardente na capela mortuária de Vialonga a partir das 16h00 de hoje, quarta-feira, e o funeral realizar-se-á amanhã às 12h00 no cemitério da Póvoa de Santa Iria.


Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos

05/11/19

Comboio da Ponte 25 de Abril com mais 35% de utentes num ano


As vendas do passe Navegante estão a aumentar a procura pelos transportes da Margem Sul. A Fertagus, a empresa que opera o comboio na ponte, transportou 21 milhões de passageiros em 2018.


As vendas das empresas de transportes da Margem Sul cresceram com o passe Navegante, tendo o comboio da Ponte 25 de Abril, operado pela Fertagus, registado num ano um aumento no número de utilizadores da ordem dos 35%.


Numa resposta escrita enviada à Lusa, a empresa que faz a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa adiantou que “em outubro se verifica um crescimento de 34,53%, face a novembro de 2018”, o ano em que a Fertagus transportou 21 milhões de passageiros.

Também a rodoviária do distrito de Setúbal Transportes Sul do Tejo (TST) registou “um significativo aumento na procura dos serviços” entre abril (mês de entrada em vigor do passe) e setembro, com mais 2,4 milhões de passageiros, o que corresponde a um incremento de 400 mil utentes por mês e a um “crescimento médio de 14%”.

Já a Transtejo/Soflusa, que assegura o transporte fluvial entre a Margem Sul e Lisboa, registou um “aumento de procura de 5%, entre abril e setembro de 2019, face ao período homólogo de 2018”, o ano em que transportou cerca de 17,7 milhões de passageiros.

Empresas tentam responder ao aumento da procura. Queixas dos utentes continuam

Em declarações à Lusa, Marco Sargento, da Comissão de Utentes da Margem Sul, aplaudiu o passe mais económico, mas advertiu que persistem os problemas que já existiam nestes meios de transporte e que, inclusivamente, “aumentaram”.

Para fazer face à procura, a Fertagus implementou novos horários e retirou bancos em algumas carruagens para aumentar o número de lugares em pé, mas, segundo Marco Sargento, continuam as “sobrelotações constantes”.

Em 17 de setembro, a administradora da Fertagus, Cristina Dourado, adiantou à Lusa que a empresa se encontrava a “renegociar” com o Estado o contrato de concessão da travessia sobre o Tejo, que termina este ano, revelando também que a empresa estava a estudar a aquisição de material circulante.

No entanto, passado mais de um mês ainda “não há mais desenvolvimentos” sobre a concessão, nem sobre o novo material circulante, com exceção de “uma quinta carruagem que permitiria aumentar a capacidade”, tendo já sido pedida uma avaliação ao fabricante.

Já a medida de retirar bancos para criar um maior número de lugares em pé “tem-se revelado positiva e será previsível a sua extensão a mais unidades”, indicou a Fertagus.

Uma novidade que poderá não agradar a muitos dos utilizadores, como é o caso de Joana Soares, de 24 anos, que considera uma opção “terrível”, a qual evita sempre que pode.

A Transportes Sul do Tejo (TST) afirmou à Lusa que a melhoria da mobilidade dos seus passageiros “é uma prioridade para a empresa”, no entanto, utentes das carreiras com ligação a Lisboa queixam-se das filas e falta de autocarros.

Patrícia Lopes, de 26 anos, indicou que no final do dia, em Alcântara, em Lisboa, se gera “uma fila de 20 ou 30 pessoas que nem conseguem apanhar o autocarro” que pretendem, enquanto Margarida Dias, de 24 anos, apontou já ter chegado atrasada ao trabalho “várias vezes” por não ter lugar no autocarro.


Para fazer face a estes constrangimentos, a TST adiantou que está a “alocar mais viaturas” ao serviço e que continuam “a contratar e a formar novos motoristas” para reforçar a equipa.

Por sua vez, a administração da Transtejo e Soflusa justificou que os “constrangimentos operacionais e de recursos humanos” que têm enfrentado nos últimos meses “inviabilizam o reforço da oferta”.

Esta situação vai ao encontro das declarações da Comissão de Utentes da Margem Sul, que indicou persistirem “carreiras suprimidas, com atrasos injustificáveis e barcos muitas vezes sem as mínimas condições de higiene e conforto”.

Ainda assim, a curto prazo, a Transtejo e Soflusa refere que, para fazer face ao acréscimo de passageiros, vai manter “o esforço e investimento na componente de manutenção da frota, a fim de assegurar a operacionalidade necessária ao cumprimento da oferta diária”.



Desde 01 de abril que a Área Metropolitana de Lisboa tem um passe único metropolitano que abrange os 18 concelhos, por 40 euros, além de novos passes municipais que custam 30 euros.


Esta iniciativa está inserida no Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos, que prevê que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e as 21 Comunidades Intermunicipais recebam um total de 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado.

https://eco.sapo.pt/2019/11/02/comboio-da-ponte-25-de-abril-com-mais-35-de-utentes-num-ano/

14 de novembro - Dia mundial da Diabetes


A Comissão de Utentes do Concelho de Benavente é parceira da Câmara Municipal na iniciativa "O Município de Benavente diz NÃO à Diabetes" com a concretização de uma caminhada noturna no próximo dia 14 de Novembro com concentração pelas 20h00 na Praça da República em Samora Correia.



04/11/19

Nota à Comunicação Social

22,9 Milhões de euros são dos utentes dos CTT


Face à degradação do serviço postal, ao encerramento de postos e estações de correios e à extinção da distribuição diária, os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros de lucros dos CTT para o investimento na empresa e na prestação do serviço público postal.


O montante de 22,9 Milhões de euros que foi anunciado como o lucro dos CTT, obtido até setembro, é bem demostrativo do que é a gestão privada de um serviço público, pois esta mais não fez que reduzir os custos na prestação do serviço, que continua com indicadores bastante negativos na qualidade do serviço postal, para maximizar os lucros a distribuir aos detentores do capital.

O anúncio deste montante é ofensivo para as populações que ficaram sem a sua Estação de Correios e para todos aqueles que tinham distribuição diária ou três vezes por semana e ficaram com uma distribuição semanal, quando muitas vezes nem essa se verifica.
Este montante é insultuoso para todos aqueles que vêm a sua correspondência a ser tratada na papelaria ou no café sem a mínima garantia de sigilo.

Não se pode fazer alarde dos resultados de 22,9 Milhões de euros às custas da destruição de um serviço público que até à privatização já era lucrativo e tinha níveis de qualidade de referência mundial.
Os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros para si porque os CTT foram construídos com o contributo dos utentes ao longo de anos e porque esta empresa presta um serviço público essencial que tem vindo a ser paulatinamente destruído para obter estes estes mesmo lucros. Os utentes reclamam que se coloque este dinheiro na empresa, se reabram as Estações encerradas e se contratem os trabalhadores em falta!

Bem podem os administradores dos CTT aumentarem as suas remunerações, que ao que as notícias vindas a público indicam, já ultrapassam os dois milhões de euros anuais, bem pode a bolsa de Lisboa disparar com os resultados desta empresa, os utentes e as empresas nacionais bem sabem a falta de qualidade que os correios apresentam e a necessidade de investimento em recursos humanos.

Face a este quadro impõe-se o retorno dos CTT à esfera das empresas públicas, de onde nunca devia ter saído, com a garantia da efetiva prestação de serviço público, com o investimento dos resultados operacionais na própria empresa, na sua modernização e na melhoria da prestação dos serviços.

O Movimento dos Utentes de Serviços Públicos apela a todas as Comissões de Utentes que defendam as suas Estações de Correios, aquelas que estão em funcionamento e as que fazem falta, pois não é por falta de dinheiro que elas não reabrem, mas pela ganância dos gestores da empresa e pela cúmplice inação do governo.

Direção Nacional do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos

Comunicado da Comissão de Utentes da Linha de Sintra 

(03/11/2019)

Basta de degradação do serviço público de transporte! Mais investimento é urgente!


Durante o mês de outubro de 2019 foram suprimidos cerca de 100 comboios na linha de Sintra, segundo a própria CP citada na imprensa diária. Só entre 16 e 31 de outubro foram cancelados 38 comboios, com particular incidência durante as horas de ponta da manhã e da tarde. Por outro lado e de forma completamente inexplicável, a CP mantém uma
“oferta ajustada de verão” em pleno mês de outubro, que se traduz na redução da oferta no troço Meleças-Rossio a dois serviços no período de hora de ponta e a um fora desse período. Além disso, muitos dos serviços de e para o Rossio circulam com metade das oito composições habituais.

Com a introdução dos novos passes intermodais Navegante Municipal e Metropolitano houve um aumento significativo do número de utilizadores dos transportes públicos. Segundo a AML, até outubro de 2019 foram vendidos 723219 títulos, um acréscimo de 25,5% relativamente ao período homologo de 2018. No caso da Linha de Sintra, o aumento é claramente sentido pelos utentes. No entanto, até ao momento, não houve qualquer reforço da oferta e com as constantes supressões a oferta é na prática menor.

As supressões diárias causam transtornos consideráveis na vida de quem usa o comboio. Atrasos na chegada ao trabalho e à escola, perda de horários de consultas, menos tempo para o lazer, o descanso e a família, uma degradação da qualidade de vida em geral. Por outro lado, as frequentes supressões e atrasos, levam a que muitos comboios
circulem em sobrelotação, gerando condições de stress, insalubridade, desconforto e mal-estar devido ao calor, não sendo raras situações de desmaio de passageiros.

Durante a passada semana, um passageiro não conteve a sua indignação e bloqueou a saída do comboio da estação da Amadora. Recebeu a solidariedade de muitos passageiros, indignados com a falta de respeito diário da CP por quem usa esta linha. Aliás, a degradação do serviço de transporte público ferroviário na Linha de Sintra é notória para os passageiros habituais. E é também um claro desincentivo à
captação de novos utentes, numa época em que os imperativos de sustentabilidade ambiental se impõem e andam na boca de muitos decisores políticos.

É sabido que o problema das supressões decorre da falta de material circulante e dos bloqueios e atrasos na contratação de pessoal especializado para a reparação de composições avariadas. Mas os passageiros merecem transporte digno, seguro, regular e confortável. As autoridades locais e nacionais, para além da CP, devem agir com urgência.

Perguntamos:

- De que forma é que a CP pretende lidar com a atual situação de crise? Que medidas tomará para estancar a escalada de supressões? Como e quando será feito o reforço da oferta, face ao aumento generalizado do número de passageiros?
- Quais os planos do Ministério das Infraestruturas em relação à modernização e renovação da frota de comboios na Linha de Sintra?
- Estão as Câmaras Municipais de Sintra e da Amadora cientes da acelerada deterioração do serviço na Linha de Sintra? Que ações têm desenvolvido junto do governo e da CP para contrariar esta situação?

Visando esclarecer estas questões, a Comissão de Utentes da Linha de Sintra irá solicitar audiência ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, à CP – Comboios de Portugal e às Câmaras Municipais de Sintra e Amadora.

Problemas nos transportes da Margem Sul aumentaram após Navegante, queixam-se os utentes




Marco Sargento diz que a procura crescente agravou os problemas que já existiam nos transportes, nomeadamente a "sobrelotação", sentida com maior intensidade na Fertagus.




Os utentes dos transportes públicos da península de Setúbal estão satisfeitos com o passe Navegante, mas afirmam que os problemas no comboio, barco ou autocarro, como as "constantes sobrelotações", não só se mantêm, como "aumentaram".

"Parece que foi dado um passo importante, mas depois há os passos todos que ficaram por dar e os problemas que tínhamos há dois anos mantêm-se e aumentaram claramente", disse à agência Lusa Marco Sargento, da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul.

Desde que o passe Navegante entrou em vigor, em abril, a procura por transportes públicos aumentou na península de Setúbal face ao ano passado, fazendo com que a Fertagus (comboio) registe um crescimento na ordem dos 35%, a Transportes Sul do Tejo (autocarro) de 14% e a Soflusa (barco) de 5%, segundo uma resposta escrita enviada à Lusa.

Na visão de Marco Sargento, esta procura crescente agravou os problemas que já existiam nos transportes, nomeadamente a "sobrelotação", sentida com maior intensidade na Fertagus, que assegura o transporte ferroviário sobre a Ponte 25 de Abril.

"Continuo a vir em pé no corredor, com três pessoas a ocupar meio metro quadrado, isto é, constantes sobrelotações e mesmo na hora de regresso, com composições cheiíssimas", indicou.

As horas de ponta são os períodos mais críticos, obrigando os utentes a deslocar-se em pé, tanto de manhã, a partir do Seixal em direção a Lisboa, como no fim do dia, de regresso a Setúbal, quando não há lugares para sentar logo na segunda estação, em Entrecampos.

"Enquanto o pessoal estava de férias tudo bem, mas agora que começaram a trabalhar é uma loucura, nem dá para andar direito. Está sempre muito cheio e vem cheio até Setúbal. É uma hora de viagem com o transporte muito cheio", indicou Erika Silva, de 29 anos.

A utente usa o modo ferroviário há um ano, mas não está satisfeita com o serviço devido às condições a que está sujeita, num percurso que se inicia em Roma-Areeiro, em Lisboa, levando 50 minutos até chegar a Setúbal, com paragem em 14 estações.

"Às vezes chega a ser meio desumano. Há muita gente que trabalha o dia todo e vai ali apertado, é humilhante", lamentou.

Numa tentativa de melhorar a oferta, a Fertagus introduziu carruagens com menos bancos e mais lugares para viajar em pé, mas nem todos os utentes se mostram satisfeitos com a medida.

"É horrível, ninguém quer ir nessa carruagem. Evitamos sempre. Aliás, eu quando vejo que é essa carruagem vou logo para outra. Acho que não ajudou muito e podiam era pôr mais carruagens no comboio", defendeu Joana Soares, de 24 anos.

Ainda assim, nem tudo é negativo e a Fertagus "é muito regular nos horários" e não costuma ter atrasos, segundo Bruno Amoroso, de 27 anos, que tem poupado cerca de 120 euros com a introdução do novo passe, com um custo de apenas 40 euros.

Também os utentes da rodoviária Transportes Sul do Tejo (TST) têm críticas a registar, principalmente aqueles que utilizam as carreiras com ligação a Lisboa.

"Estão mais pessoas a tentar usar os autocarros, mas não aumentaram nem os horários, nem o número de autocarros. Posso dar o exemplo de que todos os dias em Alcântara, entre as 17:30 e 19:00, está uma fila de 20 ou 30 pessoas que não conseguem apanhar o autocarro que vai para Setúbal", contou Patrícia Lopes, utilizadora da carreira via Ponte 25 de Abril.

Já Margarida Dias, de 26 anos, referiu que as filas também são comuns de manhã, em Setúbal, tendo chegado atrasada ao trabalho "várias vezes".

"Acho isto tudo muito bonito, mas se não nos dão condições, de que adianta ter passes baixos se nos prejudica em termos laborais?", questionou.

A Transtejo e Soflusa, que asseguram o transporte fluvial entre a Margem Sul e Lisboa, também não escapam ao descontentamento, até porque, segundo Marco Sargento, "continuam com carreiras suprimidas, com atrasos injustificáveis e barcos muitas vezes sem as condições mínimas de higiene e conforto".


Para Vítor Carriço, de 50 anos, utilizador do cacilheiro em Almada, as condições da Transtejo continuam "precisamente na mesma", porque "já eram más e piorar é difícil".

"Os navios da Transtejo estão num estado deplorável e superdegradados. Não há um único revisor a ver o estado em que as embarcações estão e como é que as pessoas se comportam lá dentro, com os pés em cima do banco, riscam e tudo mais", apontou.

Passaram seis meses desde a introdução do passe Navegante, que permite viajar por todos os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa por um custo máximo de 40 euros, mas agora, "é urgente olhar para o setor".

"Tinha de se começar por algum lado e começou-se bem pela massificação dos transportes, com o baixar dos preços, mas temos de olhar urgentemente para o resto para que as pessoas que entraram não voltem para o carro. É urgente investir em novas linhas, em novas composições e um reforço sério de recursos humanos", frisou.

Desde 1 de abril que a Área Metropolitana de Lisboa tem um passe único metropolitano que abrange os 18 concelhos, por 40 euros, além de novos passes municipais que custam 30 euros.

Esta iniciativa está inserida no Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos, que prevê que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e as 21 Comunidades Intermunicipais recebam um total de 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado.

Empresas de transporte da Margem Sul crescem com passe Navegante, mas passageiros têm mais queixas


Empresas cresceram e registam mais passageiros com a introdução do passe único, mas utentes ainda se queixam de problemas antigos por resolver: atrasos, sobrelotação e falta de condições.



As vendas das empresas de transportes da Margem Sul cresceram com o passe Navegante, tendo o comboio da Ponte 25 de Abril, operado pela Fertagus, registado num ano um aumento no número de utilizadores da ordem dos 35%. Numa resposta escrita enviada à Lusa, a empresa que faz a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa adiantou que “em Outubro se verifica um crescimento de 34,53%, face a Novembro de 2018”, o ano em que a Fertagus transportou 21 milhões de passageiros.

Também a rodoviária do distrito de Setúbal Transportes Sul do Tejo (TST) registou “um significativo aumento na procura dos serviços” entre Abril (mês de entrada em vigor do passe) e Setembro, com mais 2,4 milhões de passageiros, o que corresponde a um incremento de 400 mil utentes por mês e a um “crescimento médio de 14%”.

Já a Transtejo/Soflusa, que assegura o transporte fluvial entre a Margem Sul e Lisboa, registou um “aumento de procura de 5%, entre Abril e Setembro de 2019, face ao período homólogo de 2018”, o ano em que transportou cerca de 17,7 milhões de passageiros.



Em 17 de Setembro, a administradora da Fertagus, Cristina Dourado, adiantou à Lusa que a empresa se encontrava a “renegociar” com o Estado o contrato de concessão da travessia sobre o Tejo, que termina este ano, revelando também que a empresa estava a estudar a aquisição de material circulante. No entanto, passado mais de um mês ainda “não há mais desenvolvimentos” sobre a concessão, nem sobre o novo material circulante, com excepção de “uma quinta carruagem que permitiria aumentar a capacidade”, tendo já sido pedida uma avaliação ao fabricante.


Desde 1 de Abril que a Área Metropolitana de Lisboa tem um passe único metropolitano que abrange os 18 concelhos, por 40 euros, além de novos passes municipais que custam 30 euros.

Passageiros satisfeitos, mas ainda há problemas


Os passageiros dos transportes públicos da península de Setúbal estão satisfeitos com o passe Navegante, mas afirmam que os problemas no comboio, barco ou autocarro, como as “constantes sobrelotações”, não só se mantêm, como “aumentaram”. “Parece que foi dado um passo importante, mas depois há os passos todos que ficaram por dar e os problemas que tínhamos há dois anos mantêm-se e aumentaram claramente”, disse à agência Lusa Marco Sargento, da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul.


Desde que o passe Navegante entrou em vigor, a procura por transportes públicos aumentou na península de Setúbal face ao ano passado, fazendo com que a Fertagus (comboio) registe um crescimento na ordem dos 35%, a Transportes Sul do Tejo (autocarro) de 14% e a Soflusa (barco) de 5%, segundo uma resposta escrita enviada à Lusa.


Na visão de Marco Sargento, esta procura crescente agravou os problemas que já existiam nos transportes, nomeadamente a “sobrelotação”, sentida com maior intensidade na Fertagus, que assegura o transporte ferroviário sobre a Ponte 25 de Abril. “Continuo a vir em pé no corredor, com três pessoas a ocupar meio metro quadrado, isto é, constantes sobrelotações e mesmo na hora de regresso, com composições cheiíssimas”, indicou.



As horas de ponta são os períodos mais críticos, obrigando os utentes a deslocar-se em pé, tanto de manhã, a partir do Seixal em direcção a Lisboa, como no fim do dia, de regresso a Setúbal, quando não há lugares para sentar logo na segunda estação, em Entrecampos. “Enquanto o pessoal estava de férias tudo bem, mas agora que começaram a trabalhar é uma loucura, nem dá para andar direito. Está sempre muito cheio e vem cheio até Setúbal. É uma hora de viagem com o transporte muito cheio”, indicou Erika Silva, de 29 anos.

A utente usa o modo ferroviário há um ano, mas não está satisfeita com o serviço devido às condições a que está sujeita, num percurso que se inicia em Roma-Areeiro, em Lisboa, levando 50 minutos até chegar a Setúbal, com paragem em 14 estações. “Às vezes chega a ser meio desumano. Há muita gente que trabalha o dia todo e vai ali apertado, é humilhante”, lamentou.


Numa tentativa de melhorar a oferta, a Fertagus introduziu carruagens com menos bancos e mais lugares para viajar em pé, mas nem todos os utentes se mostram satisfeitos com a medida. “É horrível, ninguém quer ir nessa carruagem. Evitamos sempre. Aliás, eu quando vejo que é essa carruagem vou logo para outra. Acho que não ajudou muito e podiam era pôr mais carruagens no comboio”, defendeu Joana Soares, de 24 anos.


Ainda assim, nem tudo é negativo e a Fertagus “é muito regular nos horários” e não costuma ter atrasos, segundo Bruno Amoroso, de 27 anos, que tem poupado cerca de 120 euros com a introdução do novo passe, com um custo de apenas 40 euros.


Também os utentes da rodoviária Transportes Sul do Tejo (TST) têm críticas a registar, principalmente aqueles que utilizam as carreiras com ligação a Lisboa. “Estão mais pessoas a tentar usar os autocarros, mas não aumentaram nem os horários, nem o número de autocarros. Posso dar o exemplo de que todos os dias em Alcântara, entre as 17h30 e 19h00, está uma fila de 20 ou 30 pessoas que não conseguem apanhar o autocarro que vai para Setúbal”, contou Patrícia Lopes, utilizadora da carreira via Ponte 25 de Abril.


A Transtejo e Soflusa, que asseguram o transporte fluvial entre a Margem Sul e Lisboa, também não escapam ao descontentamento, até porque, segundo Marco Sargento, “continuam com carreiras suprimidas, com atrasos injustificáveis e barcos muitas vezes sem as condições mínimas de higiene e conforto”.


Para Vítor Carriço, de 50 anos, utilizador do cacilheiro em Almada, as condições da Transtejo continuam “precisamente na mesma”, porque “já eram más e piorar é difícil”. “Os navios da Transtejo estão num estado deplorável e super-degradados. Não há um único revisor a ver o estado em que as embarcações estão e como é que as pessoas se comportam lá dentro, com os pés em cima do banco, riscam e tudo mais”, apontou.



“Tinha de se começar por algum lado e começou-se bem pela massificação dos transportes, com o baixar dos preços, mas temos de olhar urgentemente para o resto para que as pessoas que entraram não voltem para o carro. É urgente investir em novas linhas, em novas composições e um reforço sério de recursos humanos”, frisou.

A iniciativa do passe único está inserida no Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos, que prevê que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e as 21 Comunidades Intermunicipais recebam um total de 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado.




https://www.publico.pt/2019/11/02/sociedade/noticia/empresas-transporte-margem-sul-crescem-passe-navegante-passageiros-problemas-aumentaram-1892252

31/10/19

Audição realizada a 12 de janeiro de 2018 na Assembleia da República a propósito da privatização dos CTT


NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL


De boas intenções está o Programa do Governo cheio


O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos faz uma avaliação negativa da relação entre o Programa do Governo e a realidade dos Serviços Públicos no País.


O Programa de Governo, que se encontra em discussão na Assembleia da República, desenvolve o tema dos Serviços Públicos com destaque para a valorização do Serviço Nacional de Saúde, para o setor dos transportes e para a coesão territorial. No entanto, se o MUSP concorda globalmente com princípios apresentados, já o atual estado dos Serviços Públicos e a prática do Governo nos últimos quatro anos vêm pôr em causa o que ali é explanado.
Pois o Governo não pode afirmar com seriedade que valoriza o SNS e ter a urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta a fechar com falta de médicos; ou elogiar a coesão territorial e aceitar a destruição dos CTT; ao mesmo tempo que diz que na última legislatura o investimento nos transportes públicos quadruplicou (pudera face aos anos da troika) e manterem-se os problemas de supressões de carreiras e de sobrelotação dos transportes públicos.
Por todas estas razões o MUSP vai manter-se atento às medidas concretas a apresentar pelo Governo, pois sendo um documento importante, o Programa de Governo terá a sua concretização, ou não, no Orçamento de Estado, pelo que o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos reitera desde já as suas reivindicações ao Governo, a saber:
1. O alargamento da rede de cuidados de saúde primários, a sua organização e articulação com os cuidados hospitalares, continuados, de reabilitação e paliativos;
2. A reabertura das valências encerradas na rede hospitalar existente e o investimento em novas infraestruturas e na modernização e ampliação das existentes;
3. Investimento nas frotas, infraestruturas e serviços de manutenção;
4. A urgente admissão para o quadro dos profissionais em falta e a dignificação e valorização do seu trabalho;
5. A extinção das Parcerias Público Privadas com a integração das empresas no setor público;
6. O regresso à posse pública dos CTT e de reabertura das estações e postos de correios encerrados;
7. Que não sejam aplicadas quaisquer taxas às operações efetuadas pelo Multibanco e que esta rede seja ampliada;
8. A redução das taxas pagas por serviços bancários e a garantia de serviços mínimos para manutenção de conta sem custos para os utentes, que o banco público reabra os balcões que encerrou;
9. A redução do preço pago pelos consumidores domésticos de eletricidade e gás natural;
10. A redução do IVA do gás engarrafado e ressarcimento pelo valor do gás não consumido em cada garrafa.
O Movimento dos Utentes reafirma a defesa dos Serviços Públicos e do seu papel para o desenvolvimento do País, para a coesão territorial e para a qualidade de vida dos portugueses.

30/10/19

Comissões anunciadas pela Caixa merecem rejeição dos utentes

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos repudia, em comunicado, os aumentos anunciados e reafirma a importância da defesa do banco público e da sua função de servir a economia nacional.


A principal exigência constante na nota enviada à imprensa pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) é a de que o Governo e a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) cessem com o «escandaloso aumento no valor das comissões».

O pagamento de comissões e o respectivo aumento afectará com grande incidência os utentes «com menores recursos», alertam na nota. E, «não sendo [uma questão] exclusiva da CGD, não deixa de ser imoral, ainda mais quando de trata do banco público». Ao mesmo tempo, o movimento lembra que o papel da CGD deveria ser o de combater «a cartelização dos preços dos serviços e comissões de que padece o sector financeiro».

Estes aumentos nas comissões são tão mais incompreensíveis quanto têm vindo «a público, nos últimos dias, [que] o rendimento líquido da CGD com comissões e serviços aumentou 13% entre 2015 e 2018, o que corresponde a cerca de 46 milhões de euros». Entre a diferença dos engargos e das receitas com comissões nestes três anos, conclui-se que, só em 2018, o banco alcançou a «soma de 393,8 milhões de euros».


O MUSP recorda ainda que a principal missão do banco público é a de «apoiar as famílias portuguesas no crédito e nos serviços bancários e alavancar a economia nacional, as micro, pequenas e médias empresas».




https://www.abrilabril.pt/nacional/comissoes-anunciadas-pela-caixa-merecem-rejeicao-dos-utentes

28/10/19

Garcia de Orta. Comissões de utentes manifestaram-se contra fecho de serviços



Foi uma manhã de protesto junto ao hospital Garcia de Orta, em Almada, com os utentes a contestarem mais um encerramento das urgências pediátricas - uma situação que resulta da recorrente falta de médicos e que faz recear o encerramento total do serviço.






https://www.rtp.pt/noticias/pais/garcia-de-orta-comissoes-de-utentes-manifestaram-se-contra-fecho-de-servicos_v1181671

Comissão de utentes em protesto pela resolução da situação no Garcia de Orta


A urgência pediátrica do hospital está outra vez fechada durante o fim de semana.
Mais de 100 pessoas protestaram hoje em frente ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, no distrito de Setúbal, apelando ao Governo para que tome medidas para resolver a falta de pediatras, que tem causado o encerramento da urgência, tal como acontece este fim de semana.



O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos esteve presente na Concentração de pais promovida pelas Comissões de Utentes de Almada e do Seixal em defesa da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta




Concentração das Comissões de Utentes de Almada e do Seixal em defesa da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, sábado às 10:30





25/10/19

Nota à Comunicação Social


Utentes rejeitam as comissões anunciadas pela Caixa Geral de Depósitos


Segundo notícias vindas a público nos últimos dias, o rendimento líquido da Caixa Geral de Depósitos com comissões e serviços aumentou 13% entre 2015 e 2018, o que corresponde a cerca de 46 milhões de euros, contas feitas com base em dados dos relatórios e contas do banco público.
Segundo o relatório de 2015, os rendimentos da CGD com serviços e comissões atingiram os 440,2 milhões de euros, enquanto os encargos atingiram os 92,7 milhões, resultando num rendimento líquido de 347,5 milhões de euros. Em 2018, os rendimentos resultantes de serviços e comissões atingiram os 483,02 milhões de euros, tendo os encargos diminuído para 89,1 milhões, o que resulta num rendimento líquido de 393,8 milhões de euros. Assim, a subida de rendimentos com comissões e serviços entre 2015 e 2018 foi de 46,3 milhões de euros. Isto é, entre 2015 e 2018 a CGD teve um aumento de 46,3 Milhões de euros em serviços e comissões, tendo em 2018 chegado à soma de 393,8 milhões de euros só arrecadados em comissões e serviços!

Apesar destes resultados e das dificuldades que as famílias portuguesas passam, o presidente executivo do banco estatal, Paulo Macedo, afirmou aos jornalistas que “até ao [final do primeiro] semestre o aumento foi menos de 1% e até ao fim do ano será 2% ou pouco mais por cento"!

A administração da Caixa Geral de Depósitos, nomeada pelo atual governo, não se dá por satisfeita e quer aumentar as comissões, agora das contas de serviços mínimo bancários, isto é, dos utentes da Caixa com menores recursos!

A cobrança destas comissões, não sendo exclusiva da Caixa Geral de Depósitos, não deixa de ser imoral, ainda mais quando de trata do banco público, construído com dinheiros públicos. Banco público ao qual se exige que sirva de referência ao conjunto da banca portuguesa e que combata a cartelização dos preços dos serviços e comissões de que padece o setor financeiro.
Banco público que tem por missão apoiar as famílias portuguesas no crédito e nos serviços bancários e alavancar a economia nacional, as micro, pequenas e médias empresas.

Ao Governo e à Administração da CGD exige-se que pare com este escandaloso aumento no valor das comissões.

A Direção Nacional do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) repudia os aumentos anunciados e reafirma a sua defesa da CGD como banco público com a função exclusiva de servir a economia nacional.